Importante: Esse é um texto já antigo, ou seja, meu estilo de escrita mudou consideravelmente desde a publicação. Pode haver erros ortográficos e ser mais informal.
Nesse texto eu falo principalmente de acontecimentos de 2020 e 2021.
Originalmente publicado entre os dias 10 e 11 de maio de 2022.
“2020, o pior ano que já vivenciei na vida, e talvez o pior que vivenciarei. Eu me lembro, antes deste, eu era um bom aluno, estudioso, não era o melhor de todos, e não precisava disso, já que, eu estava bem com meu oito na nota de Matemática, nunca havia ficado em recuperação, minha vida era uma das mais desejadas, viver em um quase perfeito equilíbrio, por mais das complicações da vida. No início do ano começara o inferno, me lembro perfeitamente, no dia do cafézinho na casa da minha vó: uma nova epidemia surgiu, denominada de coronavírus — naquele instante pensei que era besteira, por mais algo ruim que seja, nunca vai me afetar, errado estava eu. Dias seguintes, anunciava-se a escola: Fecharemos a escola por 15 dias — minha felicidade era extremamente genuína, ter uma pequena férias de 15 dias, puxa! Não tivesse quem a não desejar isto, foram bons dias, eu era aquele típico menino viciado em conversar com amigos online, e gostava de jogar jogos, bem, os 15 dias terminava-se, a escola anunciava que não havia como abrir a escola naquele momento, então as aulas foram suspensas, até aí, tudo bem, eu estava bem com minhas férias sem dia de término, até que falaram sobre a tal aula online, por um instante, tornei-me o ser humano mais feliz da terra, qualquer aluno desejaria uma coisas dessas: ficar no quarto, apenas olhando pra uma telinha com o professor e os alunos, imagine que sorte, apenas sendo irônico mesmo. Na prática, após umas duas semanas, não aguentava mais aquela coisa entediante, a antiga professora nada fazia além de sua chatice de sempre, passara a página 267 e suas 30 questões no aplicativo e eu com quase o livro todo incompleto sem entender sequer um único assunto, a única coisa que era especialista era em dormir mesmo. Passava-se meses, e muitos meses, eu já era outro, parecia irreconhecível, aquela cara de mal-humorado com os olhos inchados de sono, dominava-se a preguiça e o cansaço dentro de mim, a ansiedade de ficar literalmente 24 horas apenas no quarto estava festejando por aí na mente, tiveram tempos em que os shoppings abriam-se, então na hora de sair de casa, quem dissesse que eu estava bem, tinha medo da sociedade mais do que tudo que havia vivenciado na vida, acompanhado de uma tontura psicológica inimaginável de ruim, meus pais pensavam que era frescura da minha parte, só entenderam muitos dias depois, no dia que fomos a uma pizzaria e surpreendentemente pouco senti da sensação ruim, e que minha felicidade era bem notória. Meses passavam-se, chegava-se fevereiro, havia mudado de escola e começava-se ali, era terrível, não tinha amigos, não conhecia ninguém, no primeiro dia de aula, tremia minhas mãos e pernas mais do que tudo, não falava com ninguém por medo do que achariam de mim, era certo: a ansiedade havia-me dominado faz muito tempo, enquanto o tempo passava-se, nas aulas de História o que eu menos servia no momento era em prestar atenção, calado era, porém ali mexendo-se, lutando contra o pânico da ansiedade a todo custo, mas chegava-se um dia terrível: estava eu, pálido, tremendo por causa da ansiedade e do ar-condicionado, suando mais do que alguém que deu duas voltas num campo de futebol, eu diria, e claro que a professora percebeu, e logo me perguntou: “Gabriel, você está bem?”, esse momento foi literalmente assustador pra mim, todos olhavam fixamente em minha direção, nunca havia acontecido isto e, eu, gaguejando, disse que estava passando muito mal, eu literalmente estava sem o que fazer, já que eu era muito calado e nem sabia-se onde a coordenação estava e tive receio de perguntar, então fui na sorte, e consegui, voltei pra casa, mas não foi só por um dia, foram isso o ano inteiro, não era difícil chegar lá na sala da coordenação e achar eu lá, pedindo que ligassem pra minha mãe, até que minha mãe foi recomendada pelo a própria escola de me levar a um psicólogo, então foi feito, ao chegar lá, pensei que teria uma conversa apenas eu e este, mas não, lá encontrava-se outras crianças (não jovens ou com mesmos problemas ou algo assim, maior parte possuía autismo ou nem sabia-se o que tinha) que estavam com acompanhamento psicológico também, a psicóloga fazia brincadeiras de crianças e mostrava desafios na internet de memorização, o que pra mim não fazia sentido, porque já começa daí: eu não era uma criança e nem estava querendo treinar memorização ou algo assim, sei que o objetivo dela era distrair dos problemas da ansiedade e de ter mais socialização (no meu caso, já que os outros, a maior parte eram bem agitados), mas simplesmente não vi fazer nenhuma mudança significativa, concluía-se que: estava melhorando eu mesmo, eu ainda tenho ansiedade nos dias de hoje, mas tenho me livrado um pouco dos tais problemas citados aqui, e resume-se nisso, eu, aos poucos, fui deixando o psicólogo, sendo que eu ainda não podia, eu não tinha melhorado por completo e, percebia-se que no meio da jornada, posso dizer assim, fui descobrindo que eu tinha outros problemas psicológicos, eu nunca falei pra a psicóloga ou pra qualquer familiar, mas lido bem com isso. Talvez, se eu retornar ao psicólogo, eu fale isso, mas eu ainda não tenho certeza.”